quarta-feira, 23 de julho de 2014

Orixa Exu

Esú


Descrição esu 



É o 1º nascido da existência e, como tal, o símbolo do elemento procriado. Mensageiro dos orixás , elemento de ligação entre as divindades e os homens, a um tempo mais próximo do mundo terreno e mais perto do elevadíssimo espaço celeste por onde transita Òrúnmìlà, é um orixá, é sempre a primeira divindade a receber as oferendas, justamente para que atue como um aliado e não como um rival que perturbe os procedimentos místicos desenvolvidos durante os rituais. Coerente com seu lugar mítico privilegiado, é ele que abre esse "corpus mitopoético" .

Princípio dinâmico e princípio da existência individualizada, Exú não pode ser isolado ou classificado em nenhuma das categorias. Ele é como o axé (que ele representa e transporta), participa forçosamente de tudo. Segundo Ifá cada um tem seu próprio exú e seu próprio Olorún em seu corpo. O nome de exú é conhecido, invocado e cultuado junto ao orixá. E é Ifá quem revela e permite-nos sabê-lo.

Quem delegou esse poder à exú foi Olorún ao entregar-lhe o àdó-iràn , a cabaça que contém a força que se propaga. Esta cabaça está presente em seus "assentos", é uma cabaça de pescoço grande, e basta exú apontá-la a algo para transmitir seu axé.

O Òkòtó representa o crescimento Agbárá - poder que permite a cada um se mobilizar e desenvolver suas funções e seus destinos. Por isso recebe o título de Elegbára (senhor do poder).

Oxé-tuwá, representante direto de exú, simboliza um de seus aspectos mais importantes, o de ser encarregado e transportador das oferendas, Òjise-ebo.

Exú Elegbára = senhor do poder...Conhecido como Elegbára (ele=dono, senhor ; agbara=poder), contém muitas definições e funções. É o companheiro de Ogum.

Exú Yangi = pedra vermelha de laterita, pedaços de laterita cravados na terra, indicam o lugar de culto à Exú. Yangi é a representação mais importante de Exú e, é assim invocado:

EXÚ YANGI OBÁ BABÁ EXÚ

EXÚ YANGI rei, pai de todos os Exú.

Exú Yangi é o Exú ancestre, o Exú Agbá.

Exú Àgbá = pai-ancestre (representação coletiva de todos os exús individuais)

Exú Obá - rei-de-todos

Exú Alakétu = título dado a exú pelos kétu da Bahia - rei do povo Kétu -

Exú Elebo = senhor-das-oferendas

Exú Ojìse-ebo = encarregado-e-transportador de oferendas

Exú Elérú = senhor do erú (carrego)

Exú Olòbe = proprietário e senhor da faca

Exú Enú-gbárijo = explicitador de mensagens

Exú Bara = o rei do corpo (obá + ara) (princípio de vida individual)

Exú Odara = aquele que guia (mostra o caminho, vai na frente)

Exú por ser resultado da interação de um par, é o portador mítico do sêmen e do útero ancestral e como princípio de vida individualizada ele sintetiza os dois, É por isso que freqüentemente, e, é representado pela forma de um par, uma figura masculina e uma feminina, unidos por fileiras de búzios. Exú está profundamente ligado à atividade sexual. Representados por um falo (pênis), ou suas representações simbólicas como: os penteados de forma fálica, sua arma, o ogó - bastão em forma de pênis -, sua lança; já as cabacinhas representam seus testículos.

Exú também está representado com objetos à sua boca; dedo, cachimbo e principalmente flauta, que vem representar a atividade sexual, como absorção e expulsão, ingestão e restituição, com a flauta Exú chama seus descendentes. Portanto símbolo por excelência da fecundidade. Exú jamais toma a forma de procriador. Exú é cultuado tanto como lésè-égún, como lésè-orixá, e apenas por seu intermédio é possível cultuar os orixás e as Iyá-mi (mãe ancestre). Não é apenas Òjisé-ebo, mas principalmente Òjisé, o mensageiro, fazendo a comunicação entre tudo que é oposto.

Com efeito a relação entre Exú e Ifá, é indiscutível, e Exú está representado em um dos principais emblemas característicos do culto à Ifá , o òpón, onde Exú tem sua representação em forma de rosto, de triângulos e losangos. É no seu papel de princípio dinâmico, de princípio de vida individual e de Òjise ou elemento de comunicação, que Exú Bará está indissoluvelmente ligado à evolução e ao destino de cada indivíduo. Como tal ele também é senhor dos caminhos Exú Olònà, e ele pode abri-los ou fechá-los.

Exú fica à esquerda dos caminhos. O elemento procriado, é a prova do poder das Iyá-mi, é o pássaro, o Elèye. Exú foi o primeiro a usar ekódide (pena de uma espécie de papagaio) na cabeça, e foi isto que o tornou decano de todos os orixás. Alguém que coloca ekódide na cabeça sem necessidade, provoca a cólera de Exú.

Enganosamente ou mal intencionados, os primeiros missionários que chegaram à África, compararam-no ao diabo, por algumas de suas formas, artimanhas e poderes atribuídos. Ele tem as qualidades dos seus defeitos, pois é dinâmico e jovial, havendo mesmo pessoas na África que usam orgulhosamente nomes como Èxúbíyìí (concebido por exú), ou Èxùtósìn (Exú merece ser adorado).

Como personagem histórica, Exú teria sido um dos companheiros de Odùduà, quando da sua chegada à Ifé, e chamava-se Exú Obasin. Tornou-se mais tarde, um dos assistentes de Orúnmilá, que preside a adivinhação pelo sistema de Ifá. Segundo Epega, Exú, tornou-se rei de Kêto sob o nome de Exú Alákétu. É Exú que supervisiona as atividades do rei em cada cidade: o de Oyó é chamado Exú Akesan.

Como orixá, diz-se que veio ao mundo com um porrete, chamado, ogó, que teria a propriedade de transportá-lo, a centenas de quilômetros e de atrair, por um poder magnético, objetos situados a distâncias igualmente grandes.

Lendas

Um dia, foram juntas ao mercado Oyá e Oxum, esposas de Xangô, e Iemanjá, esposa de Ogum.
Exu entrou no mercado conduzindo uma cabra.

Ele viu que tudo estava em paz e decidiu plantar uma discórdia.

Aproximou-se de Iemanjá, Oyá e Oxum e disse que tinha um compromisso importante com Orunmila.

Ele deixaria a cidade e pediu a elas que vendessem sua cabra por vinte búzios. Propôs que ficassem com a metade do lucro obtido.

Iemanjá, Oyá e Oxum concordaram e Exu partiu.

A cabra foi vendida por vinte búzios. Iemanjá, Oyá e Oxum puseram os dez búzios de Exu a parte e começaram a dividir os dez búzios que lhe cabiam. Iemanjá contou os búzios. Haviam três búzios para cada uma delas, mas sobraria um. Não era possível dividir os dez em três partes iguais. Da mesma forma Oyá e Oxum tentaram e não conseguiram dividir os búzios por igual. Aí as três começaram a discutir sobre quem ficaria com a maior parte.

Iemanjá disse: "É costume que os mais velhos fiquem com a maior porção. Portanto, eu pegarei um búzio a mais".

Oxum rejeitou a proposta de Iemanjá, afirmando que o costume era que os mais novos ficassem com a maior porção, que por isso lhe cabia.

Piá intercedeu, dizendo que , em caso de contenda semelhante, a maior parte caberia à do meio.

As três não conseguiam resolver a discussão. Então elas chamaram um homem do mercado para dividir os búzios eqüitativamente entre elas. Ele pegou os búzios e colocou em três montes iguais. E sugeriu que o décimo búzio fosse dado a mais velha. Mas Oyá e Oxum, que eram a segunda mais velha e a mais nova, rejeitaram o conselho. Elas se recusaram a dar a Iemanjá a maior parte. Pediram a outra pessoa que dividisse eqüitativamente os búzios. Ele os contou, mas não pôde dividi-los por igual. Propôs que a parte maior fosse dado à mais nova. Iemanjá e Oyá.

Ainda um outro homem foi solicitado a fazer a divisão. Ele contou os búzios, fez três montes de três e pôs o búzio a mais de lado. Ele afirmou que, neste caso, o búzio extra deveria ser dado àquela que não é nem a mais velha, nem a mais nova. O búzio devia ser dado a Oyá. Mas Iemanjá e Oxum rejeitaram seu conselho. Elas se recusaram a dar o búzio extra a Oyá. Não havia meio de resolver a divisão. Exu voltou ao mercado para ver como estava a discussão. Ele disse: "Onde está minha parte?". Elas deram a ele dez búzios e pediram para dividir os dez búzios delas de modo eqüitativo. Exu deu três a Iemanjá, três a Oyá e tre a Oxum. O décimo búzio ele segurou. Colocou-o num buraco no chão e cobriu com terra. Exu disse que o búzio extra era para os antepassados, conforme o costume que se seguia no Orum Toda vez que alguém recebe algo de bom, deve-se lembrar dos antepassados.Dá-se uma parte das colheitas, dos banquetes e dos sacrifícios aos Orixás, aos antepassados. Assim também com o dinheiro. Este é o jeito como é feito no Céu. Assim também na terra deve ser. Quando qualquer coisa vem para alguém, deve-se dividi-la com os antepassados. "Lembrai que não deve haver disputa pelos búzios." Iemanjá, Oyá e oxum reconheceram que Exu estava certo. E concordaram em aceitar três búzios cada. Todos os que souberam do ocorrido no mercado de Oió passaram a ser mais cuidadosos com relação aos antepassados, a eles destinando sempre uma parte importante do que ganham com os frutos do trabalho e com os presentes da fortuna.

Como se explica a grande amizade entre Orunmila e Exu, visto que eles são opostos em grandes aspectos ?

Orunmila, filho mais velho de Olorun, foi quem trouxe aos humanos o conhecimento do destino pelos búzios. Exu, pelo contrario, sempre se esforçou para criar mal-entendidos e rupturas, tanto aos humanos como aos Orixás. Orunmila era calmo e Exu, quente como o fogo.

Mediante o uso de conchas adivinhas, Orunmila revelava aos homens as intenções do supremo deus Olorun e os significados do destino. Orunmila aplainava os caminhos para os humanos, enquanto Exu os emboscava na estrada e fazia incertas todas as coisas. O caráter de Orunmila era o destino, o de Exu, era o acidente. Mesmo assim ficaram amigos íntimos.

Uma vez, Orunmila viajou com alguns acompanhantes. Os homens de seu séqüito não levavam nada, mas Orunmila portava uma sacola na qual guardava o tabuleiro e os Obis que usava para ler o futuro.

Mas na comitiva de Orunmila muitos tinham inveja dele e desejavam apoderar-se de sua sacola de adivinhação. Um deles mostrando-se muito gentil, ofereceu-se para carregar a sacola de Orunmila. Um outro também se dispôs à mesma tarefa e eles discutiram sobre quem deveria carregar a tal sacola.

Até que Orunmila encerrou o assunto dizendo: "Eu não estou cansado. Eu mesmo carrego a sacola".

Quando orunmila chegou em casa, refletiu sobre o incidente e quis saber quem realmente agira como um amigo de fato. Pensou então num plano para descobrir os falsos amigos. Enviou mensagens com a notícia de que havia morrido e escondeu-se atrás da casa, onde não podia ser visto. E lá Orunmila esperou.

Depois de um tempo, um de seus acompanhantes veio expressar seu pesar. O homem lamentou o acontecido, dizendo ter sido um grande amigo de Orunmila e que muitas vezes o ajudara com dinheiro. Disse ainda que, por gratidão, Orunmila lhe teria deixado seus instrumentos de adivinhar.

A esposa de Orunmila pareceu compreende-lo, mas disse que a sacola havia desaparecido. E o homem foi embora frustrado.

Outro homem veio chorando, com artimanha pediu a mesma coisa e também foi embora desapontado. E assim, todos os que vieram fizeram o mesmo pedido. Até que Exu chegou.

Exu também lamentou profundamente a morte do suposto amigo. Mas disse que a tristeza maior seria da esposa, que não teria mais pra quem cozinhar. Ela concordou e perguntou se Orunmila não lhe devia nada. Exu disse que não. A esposa de Orunmila persistiu, perguntando se Exu não queria a parafernália de adivinhação

Exu negou outra vez. Aí Orunmila entrou na sala, dizendo: "Exu, tu és sim meu verdadeiro amigo!".

Depois disso nunca teve amigos tão íntimos, tão íntimos como Exu e Orunmila.

Em épocas remotas os deuses passaram fome. Às vezes, por longos períodos, eles não recebiam bastante comida de seus filhos que viviam na Terra.

Os deuses cada vez mais se indispunham uns com os outros e lutavam entre si guerras assombrosas. Os descendentes dos deuses não pensavam mais neles e os deuses se perguntavam o que poderiam fazer. Como ser novamente alimentados pelos homens ? Os homens não faziam mais oferendas e os deuses tinham fome. Sem a proteção dos deuses, a desgraça tinha se abatido sobre a Terra e os homens viviam doentes, pobres, infelizes.

Um dia Exu pegou a estrada e foi em busca de solução. Exu foi até Iemanjá em busca de algo que pudesse recuperar a boa vontade dos homens. Iemanjá lhe disse: "Nada conseguirás. Xapanã já tentou afligir os homens com doenças, mas eles não vieram lhe oferecer sacrifícios".
Iemanjá disse: "Exu matará todos os homens, mas eles não lhe darão o que comer. Xangô já lançou muitos raios e já matou muitos homens, mas eles nem se preocupam com ele. Então é melhor que procures solução em outra direção.Os homens não tem medo de morrer. Em vez de ameaçá-los com a morte, mostra a eles alguma coisa que seja tão boa que eles sintam vontade de tê-la. E que, para tanto, desejem continuar vivos".

Exu retornou o seu caminho e foi procurar Orungã.

Orungã lhe disse: "Eu sei por que vieste. Os dezesseis deuses tem fome. É preciso dar aos homens alguma coisa de que eles gostem, alguma coisa que os satisfaça.. Eu conheço algo que pode fazer isso. É uma grande coisa que é feita com dezesseis caroços de dendê. Arranja os cocos da palmeira e entenda seu significado. Assim poderás conquistar os homens".

Exu foi ao local onde havia palmeiras e conseguiu ganhar dos macacos dezesseis cocos. Exu pensou e pensou, mas não atinava no que fazer com eles. Os macacos então lhe disseram: "Exu, não sabes o que fazer com os dezesseis cocos de palmeira? Vai andando pelo mundo e em cada lugar pergunta o que significam esses cocos de palmeira. Deves ir a dezesseis lugares para saber o que significam esses cocos de palmeira. Em cada um desses lugares recolheras dezesseis odus. Recolherás dezesseis histórias, dezesseis oráculos. Cada história tem a sua sabedorias, conselhos que podem ajudar os homens. Vai juntando os odus e ao final de um ano terás aprendido o suficiente. Aprenderás dezesseis vezes dezesseis odus. Então volta para onde moram os deuses. Ensina aos homens o que terás aprendido e os homens irão cuidar de Exu de novo".

Exu fez o que lhe foi dito e retornou ao Orun, o Céu dos Orixás. Exu mostrou aos deuses os odus que havia aprendido e os deuses disseram: "Isso é muito bom".

Os deuses, então, ensinaram o novo saber aos seus descendentes, os homens.Os homens então puderam saber todos os dias os desígnios dos deuses e os acontecimentos do porvir. Quando jogavam os dezesseis cocos de dendê e interpretavam o odu que eles indicavam, sabiam da grande quantidade de mal que havia no futuro. Eles aprenderam a fazer sacrifícios aos Orixás para afastar os males que os ameaçavam. Eles recomeçavam a sacrificar animais e a cozinhar suas carnes para os deuses. Os Orixás estavam satisfeitos e felizes. Foi assim que Exu trouxe aos homens o Ifá.

Há uma maneira hábil de obter um favor de Exu.

É preparar-lhe um golpe mais astuto que aqueles que ele mesmo prepara.

Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos estavam áridos, a chuva não caía. As rãs choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores. Nenhum orixá invocado escutou suas queixas e gemidos. Aluman decidiu, então, oferecer a Exu grandes pedaços de carne de bode. Exu comeu com apetite desta excelente oferenda. Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado.

Exu teve sede.

Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha em casa, e que tinham, em suas casas, os vizinhos, não foi suficiente para matar sua sede! Exu foi à torneira da chuva e abriu-a sem pena. A chuva caiu.

Ela caiu de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia depois, sem parar. Os campos de Aluman tornaram-se verdes. Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória. E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar! Aluman, reconhecido, ofereceu a Exu carne de bode com o tempero no ponto certo da pimenta.

Havia chovido bastante. Mais, seria desastroso!

Pois, em todas as coisas, o demais é inimigo do bom.

Exú sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás. Olorun, quando o criou, deu-lhe, entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por isso, nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava, para trazer alegria e animação a todos.

Sempre foi assim, até que um dia os orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticos estavam muito altos, e que não ficava bem tanta agitação.

Então, eles pediram a Exú, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a paz voltasse a reinar.

Assim foi feito, e Exú nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.

Um belo dia, numa dessas festas, os orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia. As cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores.

Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Exú que voltasse a animar as festas, pois elas estavam muito sem vida.

Exú negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada, mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse.

Logo apareceu um homem, de nome Ogan. Exú confiou-lhe a missão de tocar tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades dos orixás. E, daquele dia em diante, os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros pais e denominados Ogans.

Um dia Orunmilá foi procurar Osalá em seu palácio. Orunmilá e sua mulher queriam ter um filho. Chegando ao palácio de Osalá, Orunmilá encontrou Exú Yangui sentado à esquerda da entrada principal. Já dentro do palácio, e diante do velho rei, Orunmilá fez seu apelo, escutando de Osalá uma resposta negativa.

O velho rei afirmou-lhe que ainda não era tempo da chegada de um filho. Orunmilá, insatisfeito e ao mesmo tempo curioso, perguntou à Osalá quem era aquele menino sentado à porta do palácio e pediu ao rei, se poderia levá-lo como filho. Osalá garantiu-lhe que não era o filho ideal de se ter, ao que Orunmilá insistiu tanto em seu pedido que obteve a graça de Osalá. Tempos depois nasceu Exú, filho de Orunmilá. Para espanto dos pais, nasceu falando e comendo tudo que estava a sua volta, acabando por devorar a própria mãe. Exú aproximou-se de Orunmilá para também comê-lo, entretanto o adivinho tinha consigo uma espada e enfurecido partiu para matar o filho. Exú fugiu, sendo perseguido por Orunmilá, que a cada espaço do céu alcançava-o, cortando Exú em duzentos e um pedaços. A cada encontro, o ducentésimo primeiro pedaço transformava-se novamente em Exú. Assim terminaram por atingir o último espaço sagrado e, como não tinham mais saída, resolveram entrar num acordo. Exú devolveu tudo o que havia comido, inclusive sua mãe, em troca seria sempre saudado primeiro em todos os rituais.




Ase OOOO

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